Quando ele ultrapassa as fronteiras do espaço ( ou seja, é traduzido para várias línguas e conquista leitores do mundo inteiro) e do tempo (é escrito em outra época e continua a ser lido nos dias atuais, ganhando várias edições). Mas aí alguém poderia falar que então, todos os best-sellers ganham o título de clássico porque o número de exemplares vendidos é somente um dos critérios avaliados para isso. Só que não!
Quem dá a palavra final nessa análise é um grupo de acadêmicos, (cri)críticos literários e escritores, que, durante anos, estudam a estrutura e o conteúdo do livro. Depois, eles decidem se aquela obra pode ou não ser chamada de "cânone literário" - como são conhecidos os livros consagrados e imortalizados como clássicos. Cursei uma disciplina na universidade que se chamava "Cânone literário brasileiro" e essa discussão acontecia praticamente em TODAS AS AULAS.
Agora apresento algumas obras e a contribuição delas para a cultura brasileira... Confere comigo!
O Cortiço (1890)
Um dos meus livros prediletos quando se trata de literatura tupiniquim! Sei que não vão se lembrar mas já rolou até layout com livros no topo por aqui e ele estava lá. hehe
Escrito por Aluísio Azevedo o livro trata do dia-dia de um cortiço erguido à base de furtos na calada da noite e que ao mesmo tempo que é espaço, em alguns momentos é quase um personagem. A personagem central da trama é João Romão um comerciante que só pensa em ganhar dinheiro. Para conquistar seus objetivos, ele se aproveita (das formas mais inescrupulosas) de sua amante, a escrava Bertoleza.
Nas entrelinhas: é uma análise da mudança no comportamento das pessoas com o avanço da industrialização e do contraste social a partir daí. A mulher, antes super idealizada, dá lugar à mulher real do século 19. Mas vale ressaltar ela ainda não é apresentada como ser autônomo, dona de seu nariz. Para as femininistas mais inflamadas um prato cheio para questionar os direitos subtraídos da mulher. Ou não.
Dom Casmurro (1899)
Não é um dos meus prediletos pelo modo que termina. Aquela dúvida maldita, será que Capitu chifrou Bentinho?
Nas entrelinhas: é uma discussão sobre o comportamento social e uma análise (ácida como só Machado de Asis sabe fazer) da burguesia brasileira. Capitu é uma mulher mais moderna e menos idealizada. No fim, resta a dúvida sobre sua traição. E aí para vocês, rolou ou não?
Vocês iriam gostar de ver mais posts sobre livros aqui, tipo resenhas, indicações? Falem nos comentários.
Nem sabia que Dom Casmurro era um clássico! Tenho ele, mas acredita que não curto? Já pensei em trocá-lo várias vezes, haha
ResponderExcluirbjoks