Skinny de oncinha - Fashion blog: Quando um livro é considerado clássico?

05 janeiro 2013

Quando um livro é considerado clássico?

Quando ele ultrapassa as fronteiras do espaço ( ou seja, é traduzido para várias línguas e conquista leitores do mundo inteiro) e do tempo (é escrito em outra época e continua a ser lido nos dias atuais, ganhando várias edições). Mas aí alguém poderia falar que então, todos os best-sellers ganham o título de clássico porque o número de exemplares vendidos é somente um dos critérios avaliados para isso. Só que não!



Quem dá a palavra final nessa análise é um grupo de acadêmicos, (cri)críticos literários e escritores, que, durante anos, estudam a estrutura e o conteúdo do livro. Depois, eles decidem se aquela obra pode ou não ser chamada de "cânone literário" -  como são conhecidos os livros consagrados e imortalizados como clássicos. Cursei uma disciplina na universidade que se chamava "Cânone literário brasileiro" e essa discussão acontecia praticamente em TODAS AS AULAS.

Agora apresento algumas obras e a contribuição delas para a cultura brasileira... Confere comigo!

O Cortiço (1890)
Um dos meus livros prediletos quando se trata de literatura tupiniquim! Sei que não vão se lembrar mas já rolou até layout com livros no topo por aqui e ele estava lá. hehe

Escrito por Aluísio Azevedo o livro trata do dia-dia de um cortiço erguido à base de furtos na calada da noite e que ao mesmo tempo que é espaço, em alguns momentos é quase um personagem. A personagem central da trama é João Romão um comerciante que só pensa em ganhar dinheiro. Para conquistar seus objetivos, ele se aproveita (das formas mais inescrupulosas) de sua amante, a escrava Bertoleza.

Nas entrelinhas: é uma análise da mudança no comportamento das pessoas com o avanço da industrialização e do contraste social a partir daí. A mulher, antes super idealizada, dá lugar à mulher real do século 19. Mas vale ressaltar ela ainda não é apresentada como ser autônomo, dona de seu nariz.  Para as femininistas mais inflamadas um prato cheio para questionar os direitos subtraídos da mulher. Ou não.



Dom Casmurro (1899)
Não é um dos meus prediletos pelo modo que termina. Aquela dúvida maldita, será que Capitu chifrou Bentinho? Se julgarmos a capa do livro lançado pela editora Ática (eles sabem como estragar toda uma expectativa), a traição rolou veja aqui e tire sua conclusão. Preciso mesmo dizer que foi escrita por Machadinho de Assis? (Olha a minha intimidade! rs). O enredo é o seguinte: Bentinho se casa com a vizinha de porta olhos de ressaca aka Capitu e os dois tem um filho. Mas, atormentado pelo ciúme, ele "desconfia" que o moleque é, na verdade, filho de outro homem. Ele se separa da mulher e escreve um livro sobre sua vida. Fala a verdade é muita dor de cotovelo para uma pessoa só! Pobre Bentinho, pobre Capitu legados ao atraso do tempo.

Nas entrelinhas: é uma discussão sobre o comportamento social e uma análise (ácida como só Machado de Asis sabe fazer) da burguesia brasileira. Capitu é uma mulher mais moderna e menos idealizada. No fim, resta a dúvida sobre sua traição. E aí para vocês, rolou ou não? 

Vocês iriam gostar de ver mais posts sobre livros aqui, tipo resenhas, indicações?  Falem nos comentários.

Um comentário:

  1. Nem sabia que Dom Casmurro era um clássico! Tenho ele, mas acredita que não curto? Já pensei em trocá-lo várias vezes, haha
    bjoks

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